sexta-feira, 10 de maio de 2013

ALIMENTAÇÃO E ENXAQUECA



Enxaqueca, o termo vem do árabe e significa "rachar ao meio". Também conhecida como migrânea, a enxaqueca não tem cura, mas pode ser controlada.
O mal não afeta todas as pessoas e, mesmo nas atingidas, os sintomas podem ser diferentes. Uma em quatro mulheres tem crises de enxaqueca, e o problema é mais comum, devido aos hormônios, entre os 20 e 40 anos de idade. A doença atinge cerca de 10% dos homens.
As causas das enxaquecas são ainda, em grande parte, desconhecidas. Até há algum tempo considerava-se que vasoconstrição (contracção) dos vasos intracranianos e a vasodilatação (dilatação) dos vasos extracranianos eram as reais causas. Atualmente, considera-se uma verdadeira doença do sistema nervoso, ou seja, uma série de comunicações erradas entre grupos de neurônios (as células do cérebro), que determinam contracções e dilatações dolorosas dos vasos sanguíneos da cabeça.
A enxaqueca pode ter origem em vários fatores, como  a alimentação, uso de analgésicos em excesso ou condimentos e corantes. Longos períodos em jejum, dormir demais ou menos do que o necessário, estresse, problemas financeiros e afetivos também podem desencadear a enxaqueca.
Ela não é uma dor de cabeça simples. Caracteriza-se pela reunião de vários sintomas, como náuseas, vômito, visão embaçada, formigamentos pelo corpo, tontura que ocorrem durante as crises.
Existem três modalidades de tratamento que se associam no manejo da enxaqueca:
a)    Tratamento não medicamentoso;
b)    Tratamento das crises;
c)    Tratamento preventivo.
É no tratamento preventivo que a alimentação pode ser uma grande aliada.
Alguns alimentos da dieta podem desencadear crises de enxaqueca em pessoas sensíveis, esses alimentos  variam com a sensibilidade da pessoa. Assim, é importante que sejam identificados os alimentos capazes de aumentar a freqüência das dores. O recomendado é que sejam eliminados os alimentos suspeitos e que esses sejam reintroduzidos cautelosamente para que sejam detectados os causadores dos sintomas.

ALIMENTOS QUE PODEM DESENCADEAR A CRISE

  • Alimentos embutidos, como a salsicha e lingüiça, contém nitratos e nitritos, substâncias que aumentam a dilatação dos vasos sangüíneos.
  • ·         Refrigerantes a base de cola, guaraná e o chá mate devem ser evitados, pois possuem cafeína, substância que altera a circulação sanguínea.
  • ·         Vinho tinto, e bebidas espumantes e destiladas em geral possuem fenóis, aldeídos e sulfetos. Essas substâncias estreitam os vasos sangüíneos.
  • ·         Chocolate, vinho tinto, queijos duros, amendoim, carne defumada e frutas cítricas contêm tiramina, substância que libera a prostaglandina, hormônio responsável pela sensação de dor.
  • ·         Aditivos alimentares, como o glutamato de monossódico presente em temperos e alimentos industrializados.
  • ·         A fenilalanina, presente em bebidas a base de cola, aspartame e outros alimentos industrializados.

ALIMENTOS QUE AUXILIAM NO CONTROLE DA CRISE
  • ·         Os ácidos graxos essenciais auxiliam no controle da dor. Assim, o consumo de azeite de oliva, sardinha, salmão e anchova é indicado.
  • ·         O triptofano ajuda a liberar serotonina, que proporciona sensação de bem estar. Alimentos como a banana, erva-cidreira, maracujá, pão, arroz, feijão e granola contêm essa substância.
  • ·         Os anti-histamínicos inibem a produção de prostaglandina, responsável pela sensação de dor. São encontrados no orégano, cravo, canela e gengibre.
  • ·         Alguns estudos demonstram que a deficiência de magnésio pode representar um importante papel no desenvolvimento da enxaqueca no período menstrual, portanto é importante que se dê atenção á esse mineral.

Tão importante quanto evitar o alimento errado, é não deixar de alimentar-se. Ficar muito tempo sem se alimentar leva a uma baixa do açúcar no sangue (hipoglicemia), para a qual as pessoas que sofrem de enxaqueca são muito sensíveis. Portanto é importante fracionar a alimentação em pelo menos 3 refeições ao dia, evitando pular refeições.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ·         GUIA COMPLETO DE NUTRIÇÃO. Editora abril; 2005.

·         Lewis W. Migraine headaches in the adolescent. Adolesc Med 2002; 13(3): 413-32.
·         Leira R; Rodríguez R. Diet and migraine. Rev Neurol 1996; 24 (129): 534-8, 1996