Uma das queixas mais comuns na gestação é o intestino preso. Um dos motivos na mudança da frequência evacuatória neste período fisiológico é o aumento da progesterona, inerente a este estado, que favorece a diminuição da motilidade intestinal. Com isso, os movimentos peristálticos ficam diminuídos e assim ocorre a constipação, caracterizada pelo aumento do tempo de trânsito intestinal.
Além disso, na gravidez, sódio e água são absorvidos em maior quantidade no cólon, favorecendo o ressecamento das fezes. Motilidade reduzida do cólon e tempo de trânsito prolongado propiciam aumento de absorção de água. As fezes, então, se tornam menos volumosas e mais concentradas, contribuindo para o intestino preguiçoso. Além da constipação, com a diminuição da velocidade do trânsito intestinal e compressão pelo útero em crescimento, a flatulência também pode aumentar.
A quantidade de fibras na dieta deve ser adequada, a fim de se aumentar o volume fecal e estimular o desenvolvimento da microbiota saudável que, dentre outras funções, é essencial para o bom funcionamento intestinal. Probióticos podem ser utilizados também. A recomendação de consumo diário de fibras, segundo DRIs 2002, é de 28g de fibras. Entretanto, não basta apenas adequar o consumo de fibras – a água é essencial para incrementar o volume fecal e sua recomendação de consumo é de 3,0L ao dia durante a gravidez , segundo DRI’s, 2002. Se o consumo de fibras não for acompanhado do adequado consumo de água, a tendência é que se complique ainda mais o funcionamento intestinal, já que as fezes tendem a ficar cada vez mais ressecadas.