Praticamente metade, ou seja, 49% da população brasileira têm excesso de
peso, revelam dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco
e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada pelo Ministério da Saúde.
Indivíduos com sobrepeso são aqueles que têm o Índice de Massa Corporal (IMC) entre
25 e 29,9 kg/m² (a definição não vale para crianças, idosos ou
gestantes). Já são considerados obesos os que têm 30 kg/m² ou mais. O
IMC é obtido dividindo-se o peso da pessoa pela altura ao quadrado.
O levantamento, divulgado anualmente pelo Ministério, traz um
diagnóstico da saúde do brasileiro a partir de questionamentos sobre os
hábitos da população, como tabagismo, consumo abusivo de bebidas
alcoólicas, alimentação e atividade física.
O aumento da obesidade e do excesso de peso atinge tanto a população
masculina quanto a feminina.
Porto Alegre foi a capital com maior proporção de pessoas acima do peso
(55,4%), seguida de Fortaleza (53,7) e Maceió (53,1). Já as capitais
com maiores índices de obesidade foram Macapá (21,4%), Porto Alegre
(19,6%) e Natal (18,5%).
Ganho de peso com a idade
O envelhecimento, segundo os dados, tem forte influência na obesidade.
Entre os homens, o problema do excesso de peso começa cedo e atinge
29,4% dos que têm entre 18 e 24 anos. Entre homens de 25 a 34 anos, o
índice quase dobra, chegando a 55%. Dos 35 aos 45 anos, o percentual é
de 63%.
Entre as mulheres, 25,4% entre 18 e 24 anos estão acima do peso. A
proporção aumenta para 39,9% dos 25 aos 34 anos e chega a 55,9% dos 45
aos 54 anos.
Em relação à obesidade, 6,3% dos homens de 18 a 24 anos se encaixam
nessa categoria, contra 17,2% dos homens de 25 a 34 anos. Entre as
mulheres, 6,9% das que têm de 18 a 24 anos são obesas. O índice quase
dobra entre mulheres de 25 a 34 anos (12,4%) e quase triplica entre 35 e
44 anos (17,1%). Após os 45 anos, a frequência da obesidade se mantém
estável, atingindo cerca de um quarto da população feminina.
A pesquisa mostra como fator de risco o grande consumo
de refrigerantes, carne e leite integral, que é rico em gorduras. Por
outro lado, a pesquisa também mostra que o nível de escolaridade
interfere positivamente nos hábitos alimentares. "Quem tem mais de 12
anos de escolaridade, consume mais hortaliças.
"Se não quisermos chegar ao patamar dos Estados Unidos, que tem mais de
25% da população obesa, agora é a hora de agir", afirmou o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha. Ele acredita que o acordo com a indústria de
alimentos para redução de gordura, assim como o acordo recente
feito com escolas para a promoção da alimentação saudável, são medidas
que devem ter impacto na tendência de obesidade no futuro.
Evolução da frequência de excesso de peso na população brasileira
Fonte:
VIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO PARA DOENÇAS
CRÔNICAS POR INQUÉRITO TELEFÔNICO, Brasília, 2011
VIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO PARA DOENÇAS
CRÔNICAS POR INQUÉRITO TELEFÔNICO, Brasília, 2011