Privação de alimentos por várias horas e mesmo por períodos entre 18 a
24 horas são comuns, quer para fazer alguns exames médicos, cirurgias,
ou pode acabar por ser imposto em casos de dietas, jejuns religiosos ou
mesmo por imposição de horários de trabalho.
Na Archives of Internal Medicine foi
publicado em Junho de 2012 uma investigação que demonstra quais os
alimentos que mais procuramos após um período de jejum.
Após um período de jejum, há a tendência para ignorar alimentos
com proteínas, gorduras e mesmo vegetais. A preocupação principal é
comer algo com açúcar!
Sabendo que o único alimento do nosso cérebro é açúcar, não é de
estranhar este resultado. Curioso também é verificar que numa refeição,
começar pela salada ou saltar logo para alimentos como
arroz/batata/massa pode fazer diferença na quantidade total ingerida de
alimentos. Come geralmente menos quem começa pela salada.
Os voluntários que participaram no estudo e que fizeram jejum por pelo
menos 18 horas, todos os dias durante 12 semanas, começavam geralmente
as refeições pelos carboidratos. No final, consumiam mais 46,7%
de carboidratos, menos 20% de legumes e mais 20% de alimentos no
geral, do que os voluntários sem jejum.
Não pular refeições é portanto fundamental para ajudar nas escolhas saudáveis.
A obesidade induz alterações que já se sabem terem consequências na vida
futura e não é só em termos de auto-estima. Um estudo recente publicado
na revista Neurology, avaliou cerca de 6 mil indivíduos britânicos durante uma década e concluiu que as consequências vão muito além do aspecto físico.
Os indivíduos possuíam entre 39 e 63 anos e foram avaliados parâmetros
como índice de massa corporal, triglicerídeos, colesterol, pressão
arterial, glicemia, medicação tomada. Em termos cognitivos, foi avaliada
a memória, semântica, fluência de discurso e raciocínio.
31% dos avaliados tinha valores metabólicos anormais, 38,2% tinha excesso de peso e 9,1% era obeso. O maior declínio cognitivo foi visto nos indivíduos com alterações metabólicas e nos indivíduos obesos.
Os resultados, desta década de estudo, não serviram para
atingir conclusões finais, sendo a única certeza a de que as mudanças
metabólicas, como a glicemia e o colesterol altos, influenciam a
performance do nosso cérebro.
Os responsáveis pelo estudo garantem que é necessária mais pesquisa para
olhar os efeitos dos fatores genéticos, ter em conta o tempo em que a
pessoa é obesa, assim como observar os testes cognitivos ao longo da
vida.
De qualquer forma, é mais um aviso para que inicie já um estilo de vida saudável para perder ou manter o seu peso.