quarta-feira, 19 de junho de 2013

ALHO NEGRO: UM SUPERALIMENTO



O alho (Allium sativum) botanicamente,é classificado pela família das liliáceas, que possui mais de 700 espécies, incluindo: cebola, alho poró e cebolinha. É usado há milênios, numa variedade de funções tanto na culinária, como para recurso terapêutico, tratando diversas doenças.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o alho é considerado um alimento funcional, por ser capaz de trazer benefícios à saúde de quem o consome com certa regularidade. Sua ação é auxiliar no tratamento da hiperlipidemia e hipertensão arterial leve, além de prevenir a aterosclerose

Vários são os compostos sulfurados presentes no alho que proporcionam esses benefícios, mas o componente biológico mais ativo é a alicina. Responsável pelo odor característico do alho, vários estudos demonstraram que a alicina tem poder de atividade antibacteriana, antifúngica, antiparasitária, além de auxiliar na redução do colesterol, pressão sanguínea e no estresse oxidativo. Já em relação ao câncer, estudos mostram que, a alicina reduziu a viabilidade de células cancerígenas gástricas, o que sugere uma diminuição na proliferação dessas células, evitando assim, a progressão da doença, podendo ser utilizada tanto na prevenção quanto no tratamento.

Atualmente, destaca-se cada vez mais o uso do alho negro na culinária. De origem Coreana, o alho negro foi desenvolvido a partir do alho fresco normal pelo processamento de envelhecimento, submetido há uma elevada temperatura (65-80° C) e elevada umidade (70-80%) controlado por um período de 30-40dias. Com sabor doce e sútil,podendo ser consumido cru ou cozido, vem sendo utilizado nos pratos dos chefs de vários restaurantes internacionais e  brasileiros. Seus benefícios para a saúde estão despertando cada vez mais interesse também  pelos pesquisadores.

Em 2007,  um estudo japonês, avaliou  o uso do alho negro em ratos com cäncer, e observaram que o alho negro teve ação anticäncerigeno. Outro  estudo, realizado em 2011, por pesquisadores da Coreia, analisaram o potencial do extrato clorofórmico de alho negro, no estresse oxidativo, e observaram que, o alho negro além de amenizar a atividade de moléculas de adesão, reduziu a produção de fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) induzida por espécies reativas de oxigênio (EROs) e inibiu a ativação de fator de transcrição kappa B (NFkB), resultados que fornecem novas evidências da atividade anti-inflamatória deste alimento.

Assim, pode-se concluir que, tanto o alho negro como o alho fresco, possui propriedades antiinflamatórias, antioxidante, hipoglicemiante e hipocolesterolêmica. Além disso, o processo de envelhecimento do alho não altera as suas propriedades.







*Texto acima elaborado pela Nutricionista Alice Aparecida Carniel CRN1528





REFERËNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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