Enxaqueca, o termo vem do árabe e significa
"rachar ao meio". Também conhecida como migrânea, a enxaqueca não tem
cura, mas pode ser controlada.
O mal não afeta todas as
pessoas e, mesmo nas atingidas, os sintomas podem ser diferentes. Uma em quatro
mulheres tem crises de enxaqueca, e o problema é mais comum, devido aos
hormônios, entre os 20 e 40 anos de idade. A doença atinge cerca de 10% dos
homens.
As causas das enxaquecas
são ainda, em grande parte, desconhecidas. Até há algum tempo considerava-se
que vasoconstrição (contracção) dos vasos intracranianos e a vasodilatação
(dilatação) dos vasos extracranianos eram as reais causas. Atualmente,
considera-se uma verdadeira doença do sistema nervoso, ou seja, uma série de
comunicações erradas entre grupos de neurônios (as células do cérebro), que
determinam contracções e dilatações dolorosas dos vasos sanguíneos da cabeça.
A enxaqueca pode ter origem
em vários fatores, como a alimentação,
uso de analgésicos em excesso ou condimentos e corantes. Longos períodos em
jejum, dormir demais ou menos do que o necessário, estresse, problemas
financeiros e afetivos também podem desencadear a enxaqueca.
Ela não é uma dor de
cabeça simples. Caracteriza-se pela reunião de vários sintomas, como náuseas,
vômito, visão embaçada, formigamentos pelo corpo, tontura que ocorrem durante
as crises.
Existem três modalidades
de tratamento que se associam no manejo da enxaqueca:
a) Tratamento não medicamentoso;
b) Tratamento das crises;
c) Tratamento preventivo.
É no tratamento
preventivo que a alimentação pode ser uma grande aliada.
Alguns alimentos da
dieta podem desencadear crises de enxaqueca em pessoas sensíveis, esses alimentos variam com a sensibilidade da pessoa. Assim,
é importante que sejam identificados os alimentos capazes de aumentar a
freqüência das dores. O recomendado é que sejam eliminados os alimentos
suspeitos e que esses sejam reintroduzidos cautelosamente para que sejam
detectados os causadores dos sintomas.
ALIMENTOS QUE PODEM DESENCADEAR A CRISE
- Alimentos
embutidos, como a salsicha e lingüiça, contém nitratos e nitritos, substâncias
que aumentam a dilatação dos vasos sangüíneos.
- ·
Refrigerantes
a base de cola, guaraná e o chá mate devem ser evitados, pois possuem cafeína,
substância que altera a circulação sanguínea.
- ·
Vinho
tinto, e bebidas espumantes e destiladas em geral possuem fenóis, aldeídos e
sulfetos. Essas substâncias estreitam os vasos sangüíneos.
- ·
Chocolate,
vinho tinto, queijos duros, amendoim, carne defumada e frutas cítricas contêm
tiramina, substância que libera a prostaglandina, hormônio responsável pela
sensação de dor.
- ·
Aditivos
alimentares, como o glutamato de monossódico presente em temperos e alimentos
industrializados.
- ·
A
fenilalanina, presente em bebidas a base de cola, aspartame e outros alimentos
industrializados.
ALIMENTOS QUE AUXILIAM NO
CONTROLE DA CRISE
- ·
Os
ácidos graxos essenciais auxiliam no controle da dor. Assim, o consumo de azeite
de oliva, sardinha, salmão e anchova é indicado.
- ·
O
triptofano ajuda a liberar serotonina, que proporciona sensação de bem estar.
Alimentos como a banana, erva-cidreira, maracujá, pão, arroz, feijão e granola
contêm essa substância.
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Os
anti-histamínicos inibem a produção de prostaglandina, responsável pela
sensação de dor. São encontrados no orégano, cravo, canela e gengibre.
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Alguns
estudos demonstram que a deficiência de magnésio pode representar um importante
papel no desenvolvimento da enxaqueca no período menstrual, portanto é
importante que se dê atenção á esse mineral.
Tão
importante quanto evitar o alimento errado, é não deixar de alimentar-se. Ficar
muito tempo sem se alimentar leva a uma baixa do açúcar no sangue
(hipoglicemia), para a qual as pessoas que sofrem de enxaqueca são muito
sensíveis. Portanto é importante fracionar a alimentação em pelo menos 3
refeições ao dia, evitando pular refeições.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GUIA
COMPLETO DE NUTRIÇÃO. Editora abril; 2005.
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Lewis
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Leira
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