Destoxificação consiste no processo realizado por um organismo
visando a eliminação de determinadas toxinas, também conhecidas como
xenobióticos. Neste processo, tais substâncias, que não são passíveis de
excreção, sofrem alterações na sua estrutura química que possibilitam a
sua eliminação do organismo por meio das fezes ou urina. A
destoxificação ocorre em todas as células, mas principalmente nas do
fígado e do intestino. O fígado contém aproximadamente 60% das enzimas
necessárias para este processo e o intestino cerca de 20% destas.
Desta forma, a dieta de destoxificação tem como objetivo dar o
suporte necessário para os sistemas de destoxificação naturais do
organismo, através da restrição de alimentos possivelmente alergênicos,
industrializados e com grandes quantidades de aditivos químicos,
substituindo pelo consumo de alimentos orgânicos e que apresentam
propriedades que estimulam as vias de destoxificação, em associação com
uma suplementação magistral específica para esse período.
O termo ‘dieta de detox’ é muito falado em publicações midiáticas,
sendo por diversas vezes utilizado erroneamente. Recentemente, em um
programa de televisão de grande impacto, foi dado um exemplo de dieta de
destoxificação, o qual incluiu torradas, queijo branco e iogurte.
Também, foi citado que a indicação para esta dieta varia de acordo com o
exagero alimentar ou alcoólico que o indivíduo cometeu, podendo ter
duração de um dia ou semanas.
A verdadeira dieta de destoxificação vai muito além da correção de
exageros alimentares ou alcoólicos. Podendo ter duração de seis, quinze,
vinte e um ou trinta dias, a dieta tem como base a remoção de toxinas e
a eliminação de anti-nutrientes da dieta como gorduras trans, farinha
branca, açúcar, cafeína, corantes, aromatizantes, preservantes,
glutamato monossódico e adoçantes artificiais. Alimentos com potencial
alergênico elevado, como leite, laticínios, soja e glúten, e aqueles que
contêm grandes quantidades de aditivos químicos, como industrializados,
enlatados e embutidos (frios, salsicha, linguiça, defumados e
conservas) também são restringidos da dieta, bem como carnes assadas em
carvão, bebidas alcoólicas, sucos industrializados e refrigerantes.
O plano alimentar de destoxificação é dividido em dois períodos, o
período “A” e o período “B”. De acordo com o total de dias de duração da
dieta, estes dois períodos se intercalam em período “A”- período “B”-
período “A”. De forma geral, o plano alimentar “A” é composto por
frutas, legumes e verduras (que devem ser de origem orgânica, devido à
elevada quantidade de agrotóxicos que as de cultivo comum apresentam),
algumas leguminosas, cereais integrais, chás, oleaginosas, ovo caipira,
certos tipos de peixes e óleos extra-virgem. Já no período “B”,
usualmente é permitido o consumo de arroz integral do tipo cateto, chás,
oleaginosas e óleos extra-virgem.
A suplementação nutricional para o período compreende em diversas
vitaminas e minerais que estimulam o sistema de eliminação de
xenobióticos, com a finalidade de prover ao organismo os nutrientes
necessários para que o indivíduo exerça suas atividades habituais.
Também são incluídos nestas formulações aminoácidos e alguns outros
compostos que auxiliam no restabelecimento da depleção de co-fatores
desencadeada pela exposição tóxica e na proteção do organismo contra o
estresse oxidativo.
Todavia, é de extrema importância frisar que o plano alimentar
destoxificante é traçado por profissional capacitado, que, de acordo com
a individualidade bioquímica, irá apresentar quais são os
alimentos específicos que poderão ser consumidos, bem como os dias de
duração da dieta. A reintrodução dos alimentos excluídos, principalmente
os alergênicos, deve ser feita com cautela e sob supervisão, uma vez
que o organismo fica extremamente sensível aos mesmos após a dieta.
Texto elaborado pela Dra. Renata Alves - Nutricionista do Depto. Científico da VP Consultoria Nutricional
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