Alergias são cada vez mais comuns em nossa população, e uma das causas deste aumento de prevalência é a progressiva inserção de alimentos industrializados na cultura alimentar ocidental. Estes termos são muitas vezes confundidos, o que talvez se justifique pelo fato de um mesmo alimento poder desencadear os dois quadros ou por ambas serem reações adversas causadas por alimentos. A distinção entre alergias e intolerâncias alimentares foi tema de uma reportagem atual de uma revista de grande circulação no Brasil.
As alergias alimentares ocorrem após a ingestão de alimentos, envolvendo mecanismos imunológicos. Na maior parte das vezes, é causada por um componente proteico do alimento, estando assim, incorreto o termo “alergia à lactose”, já que esta substância, um carboidrato, não é capaz de estimular o sistema imune. Alergias podem ser imediatas ou tardias. O primeiro grupo é de fácil identificação, pois a reação ocorre instantes após a ingestão do alimento. Estas reações são hipersensibilidades tipo 1, mediadas por IgE. Em resumo, o mecanismo é este: um pedaço de proteína mal digerida entra na corrente circulatória, estimula a produção do anticorpo IgE, que induz a produção de mediadores como a histamina, responsável por sintomas como inchaço, vermelhidão e coceira. Alergias tardias são mais difíceis de serem percebidas, pois os sintomas podem aparecer até 4 dias após o contato com o alérgeno. Neste caso, outros tipos de anticorpos e células do sistema imunológico podem estar envolvidos, mas os sintomas são semelhantes. As alergias alimentares podem expressar-se como urticárias, dermatites, rinites, sinusites, asma, e até quadros graves como edema de glote e anafilaxia.
Os alimentos mais comumente envolvidos em reações alérgicas de ambos os tipos são leite e seus derivados, derivados do trigo, frutos do mar, oleaginosas, soja, milho e ovos. Aditivos alimentares, a exemplo de corantes amarelos e vermelhos podem também causar alergias.
* Texto elaborado pelo depto. científico da VP Consultoria Nutricional
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